sábado, 6 de setembro de 2025

Biguá: O Mergulhador de Águas Doces e Salgadas

Biguá: O Mergulhador de Águas Doces e Salgadas

Resumo

O biguá (Nannopterum brasilianum), também conhecido como corvo-marinho-neotropical, é uma ave aquática pertencente à família Phalacrocoracidae. Notável por sua habilidade de mergulho e por seu hábito de secar as asas ao sol, o biguá é um predador eficiente de peixes, adaptado a uma vasta gama de ambientes aquáticos. Este artigo científico explora sua classificação taxonômica, origem, características morfológicas e o seu papel ecológico. Abordaremos como suas adaptações e sua ampla distribuição o tornaram uma das aves aquáticas mais bem-sucedidas do Novo Mundo.

1. Classificação Taxonômica e Nomenclatura

O biguá pertence à seguinte classificação científica:

  • Reino: Animalia

  • Filo: Chordata

  • Classe: Aves

  • Ordem: Suliformes

  • Família: Phalacrocoracidae (Corvos-marinhos e biguás)

  • Gênero: Nannopterum

  • Espécie: Nannopterum brasilianum (Gmelin, 1789)

O gênero Nannopterum significa "asa pequena", e o epíteto específico brasilianum refere-se ao Brasil, onde a espécie foi descrita pela primeira vez. A espécie já foi classificada no gênero Phalacrocorax, mas estudos genéticos recentes a transferiram para o gênero Nannopterum.


2. Origem e Distribuição Geográfica

O biguá é nativo do Neotrópico, com uma vasta área de distribuição que se estende desde o sul dos Estados Unidos e o México, passando pela América Central, até o sul da América do Sul, chegando à Terra do Fogo. Ele é uma ave muito adaptável, encontrada em uma ampla variedade de habitats aquáticos, incluindo lagos, rios, lagoas, pântanos, estuários e áreas costeiras.


3. Características Morfológicas e Adaptações

O biguá tem uma morfologia perfeitamente adaptada ao mergulho e à pesca.

  • Aparência: A plumagem é principalmente preta, com um brilho esverdeado ou azulado em algumas áreas. Os olhos são verdes. Ele tem uma cauda longa e um pescoço fino, com um bico curvo e pontiagudo na ponta.

  • Habilidade de Mergulho: O biguá tem uma glândula uropigial pouco desenvolvida, o que significa que as suas penas não são totalmente impermeáveis. Essa característica, que pode parecer uma desvantagem, na verdade permite que o biguá mergulhe rapidamente e submerge com facilidade, sem a necessidade de lutar contra a flutuabilidade.

  • Comportamento de Secagem: Após o mergulho, é comum ver o biguá pousado em galhos, pedras ou estruturas artificiais, com as asas abertas. Esse comportamento ajuda as penas a secarem, permitindo que a ave voe mais facilmente.


4. Ecologia e Dieta

O biguá é um predador de topo em seu nicho ecológico.

  • Alimentação: Sua dieta consiste quase inteiramente de peixes, mas ele também pode se alimentar de crustáceos e outros invertebrados aquáticos. Ele caça solitariamente ou em pequenos grupos.


5. Importância e Estado de Conservação

O biguá não enfrenta grandes ameaças e sua população é considerada estável. A sua adaptabilidade e a sua distribuição global contribuem para o seu sucesso.


6. Conclusão

O biguá (Nannopterum brasilianum) é uma ave fascinante, cujo comportamento e biologia são um testemunho de sua perfeita adaptação ao ambiente aquático. A sua presença é um indicativo da saúde de rios e lagos em grande parte das Américas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário