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| Andorinha-Doméstica-Grande ( Progne chalybea) |
Andorinha-Doméstica-Grande: Progne chalybea, do Habitat Urbano ao Fenômeno de Apucarana
Primary Keyword Focus: Andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea)
Introdução
A Andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea) é uma ave passeriforme robusta e social, típica da região Neotropical. Conhecida pela sua coloração azul-escura e seu notável sucesso em coabitar com o ser humano, esta andorinha é um símbolo de passagem e migração em grande parte do Brasil. No entanto, é em cidades como Apucarana, no Paraná, que seu comportamento social atinge uma escala espetacular, transformando o centro urbano em um gigantesco dormitório comunitário durante o pico migratório.
🧬 Taxonomia e Distribuição Antropofílica
O gênero Progne inclui algumas das maiores andorinhas da América. O nome chalybea (do grego, que significa "de aço") refere-se à coloração iridescente e metálica de sua plumagem.
| Categoria | Classificação |
| Reino | Animalia |
| Filo | Chordata |
| Classe | Aves |
| Ordem | Passeriformes |
| Família | Hirundinidae (Andorinhas) |
| Gênero | Progne |
| Espécie | Progne chalybea |
Distribuição: A Progne chalybea tem uma vasta distribuição que se estende do México ao norte da Argentina. No Brasil, é amplamente distribuída, ocorrendo em áreas abertas, campos e, crucialmente, em centros urbanos, onde sua adaptação à paisagem humana é evidente.
🎨 Morfologia e Hábito de Nidificação
A Andorinha-doméstica-grande é facilmente distinguível de outras andorinhas menores pela sua construção mais robusta.
Plumagem: Os machos adultos apresentam um dorso em um tom azul-negro lustroso, quase metálico (iridescente). O peito e a garganta são de um cinza-pardo mais fosco, enquanto o ventre é mais claro.
Habitat Antropofílico: A espécie é altamente antropofílica, o que significa que se beneficia e se adapta à presença humana. Para nidificar, ela prefere cavidades pré-existentes, como buracos em edifícios, pontes, telhados, e sob beirais. Este uso de estruturas urbanas garante sua proteção e seu sucesso reprodutivo.
🌃 O Espetáculo de Apucarana, Paraná
O município de Apucarana, no Paraná, tornou-se internacionalmente conhecido por um fenômeno ecológico sazonal envolvendo a Progne chalybea e outras espécies do gênero Progne (como a andorinha-de-peito-roxo, P. subis).
Dormitórios Comunitários (Roosting): Durante os períodos de migração (geralmente entre o final do inverno e o início do verão austral), milhares, e por vezes, centenas de milhares de andorinhas se agregam na área central da cidade.
Comportamento: Ao anoitecer, as aves chegam em bandos massivos, realizando voos coordenados e barulhentos antes de se instalarem em árvores (como sibipirunas e figueiras) e fios de energia para passar a noite. Estes locais servem como dormitórios coletivos.
Função Ecológica: O agrupamento é vital para a sobrevivência das aves. Ele oferece:
Segurança Coletiva: A presença de muitos indivíduos confunde predadores.
Troca de Informações: Aves inexperientes podem seguir as mais bem-sucedidas para encontrar as melhores fontes de alimento.
Termorregulação: Compartilhar o espaço em grupos ajuda a reter o calor durante a noite.
Impacto Urbano: Embora seja um espetáculo biológico, a escala da agregação resulta em ruído e na acumulação de fezes (guano), gerando desafios de limpeza e gestão urbana.
🦟 Ecologia e Importância no Controle de Insetos
Como todas as andorinhas, a Progne chalybea é insetívora, o que a torna um valioso agente de controle biológico.
Dieta: A base de sua alimentação são insetos voadores (moscas, besouros, cupins e formigas).
Benefício Ambiental: Ao consumir grandes volumes de insetos, especialmente aqueles que são considerados pragas agrícolas ou vetores de doenças, as andorinhas prestam um serviço ecológico inestimável para os ambientes rurais e urbanos.
Conclusão
A Andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea) é um excelente estudo de caso sobre a resiliência e o comportamento social das aves tropicais. O fenômeno observado em Apucarana, Paraná, ilustra de forma dramática a importância dos roosts comunitários e a capacidade dessas aves de coexistirem em grande número no ambiente urbano, lembrando-nos da beleza e complexidade dos ciclos migratórios no nosso próprio quintal.
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