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| Poussum-Pigmeu-da-Montanha: Burramys parvus |
O Poussum-Pigmeu-da-Montanha: Burramys parvus, um Fóssil Vivo Descoberto de Novo
Primary Keyword Focus: Poussum-Pigmeu-da-Montanha (Burramys parvus)
Introdução
O Poussum-Pigmeu-da-Montanha (Burramys parvus) é um marsupial australiano de dimensões diminutas, mas com uma história de vida monumental. Esta pequena criatura não apenas é o único mamífero australiano restrito à zona alpina, como também é o único marsupial no mundo conhecido por hibernar por longos períodos. Curiosamente, a ciência o conheceu primeiro através de fósseis, acreditando que estava extinto por mais de 70 anos, antes de ser redescoberto vivo em 1966, reescrevendo sua história evolutiva.
🧬 Classificação Taxonômica e Redescoberta do Burramys parvus
O Burramys parvus pertence à ordem Diprotodontia (marsupiais com dois incisivos inferiores proeminentes) e é o único representante vivo do seu gênero. Sua classificação e histórico são únicos:
| Categoria | Classificação |
| Reino | Animalia |
| Filo | Chordata |
| Classe | Mammalia (Marsupialia) |
| Ordem | Diprotodontia |
| Família | Burramyidae |
| Gênero | Burramys |
| Espécie | Burramys parvus |
A Surpreendente Redescoberta
A espécie foi descrita pela primeira vez em 1895 por ossos fósseis de mandíbula encontrados nas Cavernas Wombeyan. Acreditava-se estar extinto até 1966, quando um indivíduo vivo foi encontrado em um chalé de esqui em Mount Hotham, Victoria, chocando a comunidade científica e provando que a espécie havia sobrevivido secretamente em nichos alpinos.
❄️ Morfologia e Adaptações à Vida Alpina
O Poussum-Pigmeu-da-Montanha é perfeitamente adaptado ao seu ambiente frio e rochoso.
Tamanho: É um dos menores marsupiais, pesando em média 40 gramas (equivalente a um camundongo grande), mas pode engordar até 80 gramas no outono para estocar energia para a hibernação.
Cauda Preênsil: Sua cauda é mais longa que o corpo (até 15 cm) e nua, sendo usada para agarrar e ajudar na locomoção e equilíbrio.
Habitat Exclusivo: É o único marsupial australiano restrito à zona alpina (acima de 1.400m de altitude), vivendo em campos de seixos e entre pedras nas montanhas de Victoria e Nova Gales do Sul.
O Fenômeno da Hibernação
Como o único marsupial hibernante conhecido, o Burramys parvus passa até sete meses do ano sob a neve. Ele usa os campos de rochas como isolamento natural e desce sua temperatura corporal para apenas alguns graus acima de zero.
🐛 Dieta e Ecologia Reprodutiva
O Poussum-Pigmeu-da-Montanha é um onívoro oportunista.
Principal Recurso Alimentar: Sua dieta é altamente dependente da migração da Mariposa-Bogong (Agrotis infusa). As mariposas fornecem a gordura e proteína essenciais necessárias para que o Burramys parvus ganhe peso suficiente para sobreviver ao longo inverno.
Reprodução e Segregação: A reprodução ocorre na primavera, logo após o degelo. As fêmeas tendem a ocupar as áreas de maior altitude com as melhores fontes de alimento, enquanto os machos migram para áreas marginais em altitudes mais baixas após o acasalamento. As fêmeas dão à luz a uma ninhada de até quatro filhotes.
🚨 Estado de Conservação: Crítica Situação de Risco
Atualmente, o Poussum-Pigmeu-da-Montanha (Burramys parvus) está classificado como Criticamente em Perigo (Critically Endangered).
As principais ameaças à sobrevivência desta espécie única e endêmica incluem:
Mudanças Climáticas: O aumento das temperaturas reduz a quantidade e a duração da neve, que é essencial para o isolamento térmico necessário para a hibernação.
Fragmentação do Habitat: As áreas de esqui e o desenvolvimento humano isolaram as três populações geneticamente distintas (Mount Hotham, Mount Bogong e Kosciuszko), limitando o fluxo genético.
Declínio da Mariposa-Bogong: A diminuição da principal fonte de alimento da espécie impacta diretamente a capacidade do marsupial de acumular gordura suficiente para sobreviver à hibernação.
Conclusão
O Poussum-Pigmeu-da-Montanha é um tesouro evolutivo e um lembrete vívido da fragilidade da vida alpina. Sua história, de fóssil a espécie viva, destaca a importância da conservação em ambientes extremos. Esforços de proteção e programas de reprodução em cativeiro são cruciais para garantir que esta notável criatura não retorne ao registro fóssil, desta vez para sempre.
