quinta-feira, 31 de julho de 2025

Leishmaniose

 

Leishmaniose: uma ameaça silenciosa à saúde pública – prevenção e cuidados

Resumo

A Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por flebotomíneos, popularmente conhecidos como mosquitos-palha. Essa enfermidade afeta humanos e animais, principalmente cães, e representa um importante desafio à saúde pública em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Neste artigo, abordamos os principais tipos da doença, sua forma de transmissão, sintomas e, principalmente, as estratégias de prevenção que podem ser adotadas pela população.


1. Introdução

A Leishmaniose é uma zoonose endêmica em mais de 90 países. No Brasil, a doença está amplamente distribuída, com destaque para áreas tropicais e subtropicais. Existem duas formas principais: Leishmaniose Tegumentar (cutânea e mucocutânea) e Leishmaniose Visceral (também chamada de calazar), sendo esta última mais grave e potencialmente fatal se não tratada.


2. Agente etiológico e vetores

A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos por picadas de fêmeas infectadas do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis, no caso da forma visceral, e outras espécies para a forma tegumentar). O ciclo de vida do parasita envolve hospedeiros vertebrados, como cães e humanos, e o vetor invertebrado.


3. Principais formas da doença

3.1 Leishmaniose Tegumentar

Afeta a pele e, em casos mais graves, as mucosas. Caracteriza-se por feridas que não cicatrizam, geralmente indolores, mas de difícil tratamento.

3.2 Leishmaniose Visceral (Calazar)

É a forma mais grave, acometendo órgãos internos como fígado, baço e medula óssea. Os sintomas incluem febre prolongada, perda de peso, anemia, aumento do fígado e do baço. Se não tratada, pode levar à morte.


4. Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais, incluindo biópsias, exames parasitológicos e sorológicos. O tratamento é realizado com medicamentos como antimoniais pentavalentes (ex.: Glucantime) ou Anfotericina B, e deve ser conduzido sob supervisão médica especializada.


5. Medidas de prevenção

A prevenção da Leishmaniose exige ações integradas de saúde pública e cuidados individuais. Entre as principais estratégias destacam-se:

5.1 Controle do vetor

  • Evitar o acúmulo de matéria orgânica (folhas, restos de alimentos) nos quintais, pois servem de abrigo para o mosquito.

  • Realizar limpeza frequente de terrenos e quintais.

  • Aplicação de inseticidas em áreas endêmicas com orientação de agentes de saúde.

5.2 Proteção pessoal

  • Usar mosquiteiros com tela fina e inseticida durante a noite.

  • Aplicar repelentes, especialmente em áreas rurais ou matas.

  • Utilizar roupas que cubram braços e pernas em locais com presença do vetor.

5.3 Proteção de animais domésticos

  • Colocar coleiras repelentes específicas para cães.

  • Levar os animais regularmente ao veterinário para exames.

  • Em áreas endêmicas, evitar que cães durmam fora de casa durante a noite.

  • Realizar testes sorológicos periódicos em cães e, se positivo, seguir as orientações do controle municipal de zoonoses.


6. Considerações finais

A Leishmaniose continua sendo uma doença negligenciada, apesar de sua gravidade e ampla distribuição. A informação e a prevenção são as principais armas para o controle dessa enfermidade. Medidas simples de higiene, proteção individual e cuidados com os animais podem salvar vidas e impedir a propagação do parasita. É fundamental o papel da comunidade, dos profissionais de saúde e do poder público na luta contra essa ameaça silenciosa.


Referências

  1. Ministério da Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose – 2023.

  2. WHO – World Health Organization. Leishmaniasis – Factsheet, 2024.

  3. Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância em saúde, 2022.

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