Pholcus phalangioides Aranha de domicílio Pholcus phalangioides J.K. Füssli, 1775 é uma espécie de
aranha pertencente à família Pholcidae, comum em habitações e em espaços
sombrios e húmidos. A espécie tem comportamento sinantrópico, tendo a sua área
de distribuição sofrido nas últimas décadas um considerável alargamento. A
espécie foi descrita pelo entomólogo suíço Johann Kaspar Füssli, que a registou
em 1775. Pholcus phalangioides é uma pequena aranha acribelada de pernas
longas, com a conformação corporal típica da família Pholcidae. As fêmeas
apresentam um comprimento corporal (excluindo as pernas) de aproximadamente 9 mm, com os machos sendo em
geral ligeiramente menores. As pernas são 5 a 6 vezes mais longas que o corpo, chegando a
atingir 70 mm
de envergadura total nas fêmeas. A espécie apresenta um conjunto de manchas na
face dorsal do cefalotórax que se assemelha ao desenho de uma caveira humana.
Os machos apresentam os pedipalpos engrossados, em forma de bastonete, devido à
presença dos órgãos sexuais (nesta espécie os pedipalpos são órgãos
copuladores). As fêmeas apresentam pedipalpos finos e alongados. Apresentando
forte tendência para a sinantropia, o habitat preferido da espécie é o teto das
habitações, garagens, armazéns e caves, escolhendo em geral locais sombrios e
frescos. Na natureza ocorrem em fissuras de rochas e troncos, grutas e tocas
abandonadas. Constrói teias irregulares, de aspecto imperfeito e estrutura
fortemente tridimensional, constituídas por fios muito elásticos de seda não
adesiva. Instala-se de cabeça em direção ao solo, com a face ventral para cima,
num dos ângulos inferiores da teia, em geral apoiada num fio mais longo. As
fêmeas transportam os ovos nos seus pedipalpos, agrupando-os em pacotes de
20-30 ovos ligados por um casulo fino e esparso de fios de seda. O juvenis são
transparentes e de pernas curtas, mantendo-se nas imediações da teia da
progenitora até à primeira ecdise. Sofrem 5-6 mudas até atingirem a maturidade
sexual. A longevidade máxima da espécie ronda os três anos. Quando se sente ameaçada,
Pholcus phalangioides reage agitando violentamente a sua teia, em movimentos
rápidos e periódicos que a tornam difícil de ver, tornando-se difícil focar a
visão sobre a aranha. Se a ameaça persiste abandona a teia, deixando-se cair
para o solo. Este comportamento diminui com o aumento da idade dos animais e
com o repetido contato humano. Estas aranhas são consideradas benéficas em
algumas partes de mundo porque matam e comem outras espécies de aracnídeos,
incluindo algumas que são venenosas para os humanos, como a Tegenaria agrestis
e a Latrodectus hasseltii. Caçam e comem facilmente outras aranhas, incluindo
espécies bem mais corpulentas como a Tegenaria duellica, vespas,
mosquitos,cochonilhas e outros insetos. Quando escasseia-se o alimento,
praticam o canibalismo. Originariamente era uma espécie com distribuição
natural restrita às zonas temperadas do paleártico ocidental, mas, graças a
ação humana, esta espécie sinantrópica está espalhada por todo o mundo, sendo
capaz de viver em climas frios, aproveitando o abrigo e o aquecimento das
habitações humanas. Como são originárias dos sub-trópicos, estas aranhas
parecem não ser influenciadas pelas mudanças sazonais, reproduzindo-se em
qualquer época do ano. Uma lenda urbana afirma que as Pholcidae são as aranhas
mais venenosas do mundo, mas a investigação sobre as características do seu
veneno mostram que tem um efeito relativamente débil em insectos. Num episódio
de MythBusters foi mostrado que estas aranhas possuem quelíceras com 0,25 mm de comprimento, que
apesar de uncidadas, podem penetrar a pele humana, mas que a sua mordida apenas
provoca uma leve sensação de ardor durante uns segundos.
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